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sexta-feira, 14 de outubro de 2011

"De quem é a Terra" Resenha do Filme

Resenha do Filme “De Quem é a Terra?”
No filme “de Quem é a Terra?” exibido na manhã de domingo dia 02 de outubro de 2011, na Mini Jornada de Agroecologia na localidade de Libertação Camponesa, Ortigueira - PR mostra com clareza a realidade oculta sobre os conflitos agrários na região norte do país. Esses conflitos aconteciam entre 1965 e 1985 no território Bico do Papagaio no estado de Tocantins, um conflito silencioso e devastador travado entre trabalhadores Rurais sem Terras e Fazendeiros.
É um episódio pouco conhecido na história do Brasil, mas que deixou muitas mortes principalmente de trabalhadores rurais analfabetos e desarmados entre eles mulheres e crianças. Em tudo isso, de um lado a resistência dos trabalhadores e a luta pelo direito e acesso a terra contra a injustiça de um sistema e a ganância dos poderosos, o principal motor dos conflitos. Este foi um dos conflitos, onde o governo injusto prefere não se manifestar em relação a toda responsabilidade social, preferindo silenciar-se diante de um massacre de pessoas ao invés de ajudá-la a superar a miséria socioeconômica, cultural e intelectual em que viviam. O conflito acontecido na região do Bico do Papagaio não difere de outros, como a Guerra dos Canudos e Guerra do Contestado e muitos outros que foram silenciados pelos vencedores que obviamente são os fazendeiros que detinham as armas, o poder, os meios de comunicação e a arrogância pela qual forçavam o direito de mostrar a sua versão da história com uma moldura bizarra e quase irreal para um acontecimento que, já no século vinte, parece impossível acreditar que tenha ocorrido, mas aconteceu, e por incrível que pareça ainda continua acontecendo no interior do Brasil, onde grandes fazendeiros, criadores de gado, plantadores de soja e extratores de madeira continuam ditando a lei e empurrando as populações dessas áreas para a marginalização.
Se não, bastassem os crimes e as injustiças cometidas, é chocante ver a frieza com que discursam e usam a mídia para defender seus ideais criminosos e desumanos, formando um capital político imoral manchado com sangue de trabalhadores e uma base política formada pelo crime organizado, o qual até hoje criam leis inconstitucional decretadas por um estado paralelo constituído pela maior bancada legislativa nacional com poder de ditar as leis para o campo e marginalizar toda a classe de trabalhadores rurais.

Ortigueira – PR - 05 de Outubro de 2011
Zenilto Pereira Ortiz